VEM BUSCAR-ME QUE AINDA SOU TEU
O cenário é o telão III da 3a fase da Cena II, 1a parte, isto é: Estrada. Barranco feito por pedras grandes.
Obs: O telão entra no decorrer da cena, muito lentamente, começando ela, portanto, com o palco vazio.
(Estão em cena dois POLICIAIS e a COMPANHIA, menos CANASTRA. BRILHANTINA vem entrando com CAMPÔNIO pela mão.)
BRILHANTINHA – (condoído, para os policiais)
Ele aqui está. É o CAMPÔNIO.
Sozinho não vinha,
Está mau… pode olhar.
LOLOGIGO – (cínico)
Tomem cuidado, é um demônio,
Matou a Mãezinha
E pode escapar.
POLICIAL 1 - Pode deixar…
POLICIAL 2 – (violento, para Campônio) Vá andando… Nada de gracinhas.
CAMPÔNIO – (demente, sendo algemado) Ai, não o coração…
POLICIAL 2 – Bom é o que está te esperando…
CANASTRA – (entrando, tranqüilo)
Momento… Outra história
Eu trago na mão.
Esta carta do corpo caiu.
É a vontade da mãe que partiu.
(Começa a ler a carta. Aos poucos, sua voz vai fundindo com a de MÃEZINHA, que, também aos poucos, vai aparecendo nas pedras do barranco pelo mesmo efeito de luz e transparência da CENA II.)
MÃEZINHA –
Oh, não culpem ninguém disto, não.
Eu me vou por minha própria mão.
O que deixo, que fiz, que restou
Lego tudo ao bom filho meu.
Já que não tem mais sentido o que sou
Que ele faça melhor do que eu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário